Ao espelho

Ao espelho

Surpreendente e imóvel reflexo

Na mão de um espelho convexo

Cabe um rosto que talvez seja meu

Ou será que na escuridão se perdeu?

Uma face que não sei se é passado

Porque o futuro é sempre adiado

Face com um sorriso que se ofereceu

À mudança na vida que envelheceu

Afinal o rosto que me veste se adivinha

Não mudou na sua delineada linha

A surpresa seria uma inevitabilidade

De quem não sente nos passos a idade

Aí, espelho porque te demoras?

A olhar-me no silêncio das horas

Sê cúmplice com a imagem que nada diz

E deixa-me a tua saudade feliz

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 06/11/2023
Código do texto: T7926136
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