Prece ao Deus do Vinho
Deus Dionísio, senhor de bênçãos em malbecs,
O cético que aqui faz uma prece, clama,
Despeje dádivas líquidas em goles de sirah
Em minha boca, em meu degustar.
Guia-me pelas veredas de parreiras
E conduza meus passos por amor aos toneis.
Ainda que eu ande pelo vale da sombra
Da abstinência, sei que sempre estais comigo,
Pois teu cajado de uvas envia-me bonanças.
Derrame sempre bênçãos em minha vida:
Embriague-me de cabernet para afastar tristezas.
Embriague-me de sexo com a mulher desejada para alcançar ardente chama.
Embriague-me da poesia de Baudelaire para não alienar-me na urbanidade.
Embriague-me das canções do The Who para rebelar-se contra as convenções sociais.