A cor da alma
A cor da alma
A alma tem a cor do assobio do vento
Da lágrima salina no rosto do lamento
Da espuma de mar que beija o areal
Da bruma a orvalhar no céu matinal
A alma tem a cor da chuva no telhado
De um belo cristal de brilho lapidado
De um fio de cabelo que de repente se perdeu
Da nuvem que num novelo se escondeu
A alma tem a cor da ternura da Lua nova
Do ar que na natureza se mistura e renova
Do perfume que se solta em pólen das flores
Do silêncio em olhos vagos sonhadores
A alma tem a cor do mistério que nela habita
Um tom etéreo que a eternidade suscita
Luísa Rafael
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Porto, Portugal