ENVIADA DE DEUS AOS ENVERGADOS
O tempo segue sem perguntar
Envergo-me um pouco mais
A cada avanço das horas
Envergo-me sob o peso da ignorância
Essa que senta no sofá da sala
E nunca me abandonda
Envergo-me pelo cansaço de ser
Que viver (Riobaldo quem diz) é muito
Perigoso
Envergo-me quando o dia começa
A expectativa dele me entorta
Poucas coisas me aliviam
Desse progressivo envergar-se
Uma delas é a poesia,
Essa enviada de Deus
Aos envergados