Fome de poesia.
Fome de rima
Fome de lirismo.

 

Olho para o céu
E a lua me comove.
Seduz e pronuncia-se

 

Tenho fome de vida
Tenho sede de alegria

Vivo num deserto de almas

 

Só há areia e solidão.

Fome de empatia
Fome de humanidade
Fome de dignidade.

 

Como podem nos ignorar?
Como podem todos os dias
nos vitimar por nossas misérias?
ou, por conta de antigas mazelas

 

Passa uma nuvem aquartelada
Segue reta e altaneira
Projeta sombras e bandeiras

Mais parece uma martelada.

 

Tenho perdão disponível
no banco da memória.
Tenho saudade creditada
na retórica.

Tenho tantas coisas e
nada tenho
Pois, a escassez de tempo e
a dinâmica do cimento
só faz engessar o sentimento.

 

Fome de afeto

Que nos faz catar migalhas

e beber orvalhos como se fosse inseto.


Agora num traço qualquer
Numa palavra sutil,
sou apenas uma mulher
dotada de mente fértil.

 


 

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 03/11/2023
Código do texto: T7923660
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