O VASO E O OLEIRO
Em dia nublado de sombras
Deus me disse:
Vá à casa do oleiro
fique lá o dia inteiro
Vendo-o trabalhar
Sem questionar caminhei
E ao lado do oleiro fiquei
Quieto, observei seu labutar
Girando a roda artesanal
O jeito que ele modelava o barro
Era pura habilidade, sem igual
De repente, com precisão
Nascia um lindo e útil vaso
Mas o oleiro encontrava imperfeição
E ao barro desmanchava
E com o mesmo cuidado
Outro vaso preparava
Sem nunca desanimar
Quando seu trabalho vi terminar
Abri os olhos, acordei
Tudo foi um sonho, pensei
Em meu coração meditei
Eu, barro, nas mãos do Oleiro
Um vaso sempre em formação
A vida moldada por suas Mãos