Fugacidade
Ignoramos as dores alheias
Importamo-nos mais com a felicidade
Nenhuma das duas nos deve importar
Não que a empatia seja refutável
É que ela se faz desnecessária
Basta reconhecer que apesar de diferentes as histórias, trata-se do mesmo enredo
Nem que o bem-estar seja indesejado
É que ele se faz presente
Basta reconhecer que a dor e o amor não são circunstanciais, mas manifestos
Tudo isso se faz vida
E viveremos pouquíssimos anos nesse Planeta que remonta há bilhões de anos
Somos poeira cósmica aparentemente insignificante
Astuta... mas pretensamente (in)significante
Não. Ninguém é melhor que o outro
Apenas encontramos um lugar pequeno, momentâneo, que, por melhor que pareça, é fugaz
Viveremos sim na eternidade do Cosmos
Somos moléculas organizadas e conscientes da própria existência e finitude
Singularmente ignorantes do passado e do futuro
Mas sistematicamente organizadas para superar o presente e acreditar no futuro
Ipatinga, 2 de novembro de 2023.