Onomatopeia insistente

O Ping ping nos ouvidos

Roça o timpano noite à fora

Vem do banheiro quiçá da cozinha

Torneira frouxa sem decência

 

Gota após gota e a gravidade

Não para, não para!

 

Troca a marcha, acelera e de ping

vira pong, pong e pong.

E depois reduz novamente

Ping ping ping nos ouvidos

 

Pra ladroar sono e paciência

Porra!

Mas, melhor que o ban bang lá fora

Polícia e ladrão numa treta sonora

 

O que se quer nessas horas tardias

Senão o sossego do silêncio ?

Mas, outro dia teve um nhec nhec

Misturado com tum tum

Pobre cama e parede.

 

Vinha do quarto de cima e do lado, outrora

Numa noite de ui meu Deus!

 

Claro, nessas horas tudo é válido,

Mas, pra noites de bom sono,

Pra curar da labuta o silêncio é caro

E o remédio não é raro.

 

Chave de fenda, chave de boca

Um mucadinho de preparo,

Pronto! Parafuso na rosca apertado.

 

A onomatopeia diz adeus,que benção,

vai-se embora.