Tristura
Sou vate, sou trovador que cultiva nas rosas,
os ébrios abrasados no canto, os malandros
invocado por um Onicriador existencialmente misterioso,
na expectação dos bares, na vida, na pós morte,
assuada na lembrança da onda que faz cair,
no grito da esfinge cheia de sentimento.
Verso pelos sonhos, nas ruas e ruelas, nos becos e avenidas,
busco a alegria nas portas dos botequins,
na chatice do rosto demudado
pelo banzo fatal do passado,
no berro cortejado, na escolha falada,
no corte do denodo que arde no calor.
Corro além dos frutos proibidos
para reaver na nostalgia o jardim do edém,
o lampejo que chispa nos olhos,
o fulgor na contramão dos sonhos,
a intolerância vazia da sua tristura,
o melancólico fim no ventre futuro do passado.