NA GERAL
Eu não sei onde se encaixa
Esse poema que escrevo,
Em algum lugar há de ser,
Nem que seja nele mesmo.
Hoje estou meio atrapalhado,
Devem ser as bruxas soltas,
Mas se forem todas gatas,
Eu aceito seu feitiço numa boa.
Noite dessas eu saí,
Me fizeram medo,
Eu estremeci,
E chorei em segredo.
Quanta bobagem, meu irmão,
Fica firme, não tenha medo,
Esse negócio de assombração
É espécie de brinquedo!
Mas na dúvida, fica esperto,
Disseram que a vizinha é bruxa,
Não dá mole para ela,
Vai se meter numa bucha!
E essa noite dorme cedo,
Para não ver espíritos no ar,
Se isso acontecer,
É melhor rezar.
Na geral é assim que rola,
Nunca vi isso antes,
É coisa de gringo chato,
Em viagens delirantes.
Eu nunca vi gente morta,
A não ser em velório.
Uma casa assombrada
É grande palavrório.