A Parede do Tempo
Uma parede está me estrangulando,
Concreto de incertezas que me causa incômodos.
Nela, meus demônios dão escandalosas gargalhadas.
Não importa a desventura vivida,
Sua estrutura potencializa qualquer problema.
Essa parede, essa grade é o tempo.
É incerta companhia que decanta tirania,
A quem me esmaga, me sentencia em aflição.
Com seus punhais de hoje, algemas do passado
E pregos do futuro, decreta:
Caminhe, sofra, mas avance,
Marche rumo ao indefinido.
Pois o amanhã só a mim pertence.
Na escravidão das minhas horas,
Na diversão de consumir tua vida feito
O deus Cronus, foice que castra esperanças,
Sobreviva em seu desconhecido destino!