MORTE, NADA E LIBERDADE
Grande parte de mim
é deriva, saudade,
quase naufrágio.
É luto,
dor, silêncio,
memória e melancolia.
É tempo morto,
fora da história.
Segredo que levarei no peito
quando meu corpo sumir na terra
misturado ao pó dos meus mortos.
Sei que na paz do informe
e do eterno esquecimento,
livre de vez de tudo que me fez sofrer a ilusão de ser humano,
há de me engolir o nada
que consome a eternidade
e quimeras de humanidade.