Saudade e Ficção

Insistir em meu ser mental e racional,

Mas eu, o eu natural, anseio irracional.

Transbordo em verdades, saudade me faz vibrar,

Pulsante e completo, anseio me encontrar.

Na multidão, busco no tumulto sem fim,

Onde vozes retumbantes confundem meu sentir.

Saudade, enfim, se despede, abraço a presença,

Mas em meu âmago, uma fera, uma incerteza.

Emaranho-me em sentimentos, disfarces na pele,

Aparente ferida ou morta, segredo em meu ser.

Simulada sobrevivência, talvez ilusão,

Mas permaneço vibrante, meu coração em ação.

Desejei a realidade, mas meu íntimo quer fingir,

A pulsação intensa, o desejo de prosseguir.

Nesse rio de encenação, perco a humanidade,

Planos de traição arquitetados, com ambiguidade.

Gostar é meu direito, ninguém pode privar,

Fingir é revelar a verdade que tento ocultar.

Afundo nas profundezas, a vítima se desfaz,

Ansiando sentir um passado que nunca foi capaz.

De repente, o inesperado me invade o ser,

O real e o falso se entrelaçam, a compreender.

Distante de mim, no campo da mente dela,

Descubro a essência de um desejo genuíno, sem sequelas.

Ao contrário de seu anseio distante e peculiar,

Eu, o coração de leão, desejo o amor singular.

Enquanto ela busca distância, no meu peito a verdade,

Um amor intenso, genuíno, sem qualquer falsidade

Vicente Fialho
Enviado por Vicente Fialho em 29/10/2023
Reeditado em 29/10/2023
Código do texto: T7919644
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