A minha janela
A minha janela
Aqui onde o silêncio é deleitoso e se esvai
Aos olhos lentos de quem na paz sobressai
Descansam os dias no ventre de Outono
Nestas madrugadas vazias de luz e de sono
Tocam na janela nuances cromáticos cinza-pastel
Em mistura com os cheiros aromáticos da própria pele
Poros abertos sonhadores regados pelo perfume meu
Que exala do corpo como chuva das nuvens do céu
Todo o ambiente é caminho onde feliz vagueio
Com a visão da mente que se abre ao devaneio
Sigo descalça e leve para nem sequer te perturbar
Não vá o teu rosto ausente num desvio me olhar
E por aqui ando com vista sobre a minha janela
Enlaçada em mim e tudo que me prende a ela
Luísa Rafael
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Porto, Portugal