A moldura dos teus olhos

A moldura dos teus olhos

Já não vivo na moldura dos teus olhos

Nem nas sombras das pestanas aos folhos

Aquelas horas longas insanas que te dediquei

Diz-me então, onde estão que afinal já nem sei?

Tanto tempo que te dei e nada recebi

Foram bolas de sabão com aroma de ti

Soltas e leves suspensas na poeira da ilusão

De quem vive dias alegres com a mão no coração

Fui apenas uma tela branca que nunca pintaste

Um livro de poemas que nem sequer o desfolhaste

Mas se o céu à noite é uma janela de estrelas

Porque razão eu só queria a poesia daquelas?

E cá estou eu numa confissão sem perdão, enfim

Para que ouça o eco da desilusão que vive dentro de mim

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 28/10/2023
Código do texto: T7918977
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