SALVE
Salve os tombos que a vida nos dá
E as cicatrizes do tempo nos joelhos
Salve os nãos e as derrotas
E os espinhos acompanhando a flor
Salve as noites passadas em claro
E as buzinas sem necessidade
Salve o dia que nasce chuvoso
E não aquele ensolarado esperado
Salve o imponderável, o inimaginável
As surpresas que surgem do nada
Salve o universo e seu desprezo
Seu infinito desdém por todos nós
Salve o horror e as delícias de ser
Salve a loucura chamada viver