SALVE

Salve os tombos que a vida nos dá

E as cicatrizes do tempo nos joelhos

Salve os nãos e as derrotas

E os espinhos acompanhando a flor

Salve as noites passadas em claro

E as buzinas sem necessidade

Salve o dia que nasce chuvoso

E não aquele ensolarado esperado

Salve o imponderável, o inimaginável

As surpresas que surgem do nada

Salve o universo e seu desprezo

Seu infinito desdém por todos nós

Salve o horror e as delícias de ser

Salve a loucura chamada viver

Luiz Fraga
Enviado por Luiz Fraga em 28/10/2023
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