A BOMBA
A bomba não sente nada
Não se importa com a infância
Interrompida
Nem com a mãe enlutada
Não se comove com gente despedaçada
Com hospitais demolidos
A bomba apoia uma causa
A bomba é programada
Para não ver nem ouvir o outro
Se o outro não pensa nem crê
Do jeito dela
A bomba fica ansiosa à espera
De ser lançada
Sobre almas desarmadas
A bomba entronizou a perversidade
De tanto conviver com a desumanidade