A BOMBA

A bomba não sente nada

Não se importa com a infância

Interrompida

Nem com a mãe enlutada

Não se comove com gente despedaçada

Com hospitais demolidos

A bomba apoia uma causa

A bomba é programada

Para não ver nem ouvir o outro

Se o outro não pensa nem crê

Do jeito dela

A bomba fica ansiosa à espera

De ser lançada

Sobre almas desarmadas

A bomba entronizou a perversidade

De tanto conviver com a desumanidade

Luiz Fraga
Enviado por Luiz Fraga em 26/10/2023
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