Erotika
há vestidos encobertos
como um pecado
feitos para consumação
outros explícitos
como uma recompensa
descarregando um acorde no ar
às vezes tão absurdo como a sorte
invade o pensamento antes da alegria
esconde os dedos por baixo da lã
no caminho do pescoço
inventa uma pinta
infiltrada entre as costelas
a vida dá um jeito de pegar o telefone
e ser mais densa que a água
há vestidos
que ficam por escrever
tal como um barco mergulha no verde
sem qualquer finalidade
semelhante a uma respiração
retida