Couraças de Ferro
Armaduras de ferro
Forjadas para aguentar os embates da vida
Proteger dos eventuais inimigos
Blindar o espírito dos perigos escondidos
Quantos de nós vivemos diariamente sob essa indumentária?
Quantos de nós carregamos cotidianamente essa couraça no anseio de nos sentirmos seguros para suportar as batalhas dos dias?
Com o passar dos anos acabamos por nos acostumar com ela
Passamos a sentir como nossa, essa armadura que ao mesmo tempo que protege, aprisiona
Perdemos a espontaneidade nos nossos gestos, nossas falas e modos
Embotamos a nossa criatividade, nossa subjetividade
Sabotamos a criança interior que nos habita e nos tornamos autômatos
Sufocamos a gargalhada e o choro
E assim vamos perdendo a alegria de viver
Dias e dias arrastados, semanas, anos
Vivendo na superfície da segunda pele revestida de ferro e aço
Por dentro os sentidos adormecendo
A carne morrendo
E a alma definhando