Deixa que a vida me seja breve

Hoje quero dormir ao clarão do luar,

que nunca chega em meu dormir...

Quero o lento chorar

pelo que sei, não vou ter...

inaugurar a lágrima

da chuva em mim...

Deixo que a vida me seja breve...

tal qual um vento

que move ramagens quietas

e balança sombras na terra...

Chega, faz dançar e se vai...

simples assim, se vai...

Simples como sonos

que ao orvalhar sonhos,

condensam excessos de realidade.

Faço-me assim, em mim

(impermetidamente não em mim),

finita em noite clara...

na (in)clareza

de uma clandestina existência...