SEM TEMPO PRO TEMPO

Quero olhar para o passado

sem ter medo do futuro,

sem lamentar o dia de hoje

ou pensar no que poderia ter sido.

Não quero sentir o peso dos dias,

da época,

como um escravo dos fatos.

Quero saber meu caminho

ainda aberto,

incerto,

no futuro que me resta

na contramão do tempo.

Não levo na bagagem

memórias ou identidades.

Não dou tempo ao tempo.

Pois a morte é quem me espera

no sumir do caminho.