Arma

Minha única saída é jogar no papel

emoções dum coração sôfrego,

olhar estrelas do amanhã

fantasiando com o passado.

Importar-me com inutilidades,

sacralizar o efêmero

enquanto o vivo…

Tenho uma arma!

A arma que engatilha com a bala amarrada,

é a corda que me une ao mundo,

quando disparada: Pow! Atinjo-o;

não tem sangue ou buraco no peito,

tem marcas duma vida perdida,

palavras análogas à poeira:

entope, incomoda, mas passa.

Saio do mundo caído

levantando-me no vento,

imaginação unilateral

contra a realidade macabra.

Ninguém se importa comigo,

e o mais macabro

é que eu também não.

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 23/10/2023
Código do texto: T7915245
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