Falta
Enquanto é noite, o mar se esconde,
alguns passos reaprendem, trilham
os mesmos caminhos... levando a lugar
nenhum um desejo, e vai... com atenção
nos tantos esquecidos detalhes... seus.
Uma falta que falta.
Falta o riso, o olhar, a graça,
o pronunciar o amor com alegria.
Presa à alma, restos de poesia.
Ainda, algumas palavras habitam
lá dentro...
outras se perdem sem eco, a doçura
aos poucos vai amargando, noites
e noites, nada bem vindas, torturando
os pensamentos.
Tristonha vem outra madrugada,
sonhos solitários vão sumindo, descendo feito chuva
banhada em lágrimas pelas calçadas.
O mar noturno queria ser, para assim ficar
invisível, ao menos nas noites que já não posso
sequer sonhar com você.