Tenho que ir embora
No silêncio noturno, onde as estrelas sussurram segredos, encontro-me perdido nas sombras da minha própria existência. A vida, essa tecelã implacável, entrelaça fios de desafios em meu destino, enquanto eu, ingênuo viajante, tropeço em suas armadilhas.
Nas dobras do tempo, minha idade torna-se um peso, não pela quantidade de anos que carrego, mas pelos julgamentos cruéis que me impõem. Em meio à minha própria família, ergo muralhas de solidão para proteger-me das palavras afiadas que cortam minha alma como lâminas gélidas.
A cada amanhecer, desperto com a necessidade urgente de encontrar um emprego, uma âncora que me resgate das águas turvas onde me afoguei. Sonhos desfeitos dançam em meus pensamentos, enquanto eu anseio por um recomeço, por terras desconhecidas onde as mágoas não têm poder.
Minha paz reside na esperança de um lugar distante, onde as vozes tóxicas se dissipem no vento e eu possa respirar ar puro. Mas, por enquanto, estou encurralado, sem rumo certo, vagando pelas encruzilhadas da incerteza.
A vontade de sumir torna-se um grito mudo dentro de mim, ecoando nos cantos mais escuros da minha alma. Entretanto, mesmo na escuridão, há uma centelha de determinação que se recusa a se apagar. Acredito que, em algum lugar, existe um raio de luz destinado a romper as nuvens sombrias que pairam sobre minha vida.
Neste emaranhado de desespero, prometo a mim mesmo: vou superar as adversidades, encontrar meu caminho e reconstruir minha paz. Pois, no final das contas, é na escuridão que aprendemos a valorizar a luz, e é nas lágrimas que descobrimos nossa força interior. Que essa jornada árdua me transforme em um guerreiro resiliente, pronto para enfrentar o mundo com coragem renovada.