PALAVRAS ESTRANHAS
Na infância
Eu frequentava um templo
Que me ensinava o medo
Enquanto misturava
Palavras estranhas
Que chegavam aos meus ouvidos
Como se fossem uma guilhotina
Escondendo os risos
Sob um ritual melancólico
Que mais me afastava
Do que me aproximava
Daquilo que se chama céu
Até que um dia
Ultrapassei as fronteiras do ritual
E percorri os caminhos da dúvida
Para enfrentar sem medo
As palavras que até hoje
Continuam estranhas
Mas perderam todo o sentido