SILENCIOSAMENTE

 

Silenciosamente decifro pequenos pensamentos

Transmitindo-os aos dedos que escrevem.

Enrosco-me na fria noite.

Lá fora chove a céu aberto.

Não consigo ver ninguém.

 

O relógio mantém o seu compasso

Imitando meu coração a pulsar

E sei que as minhas mãos deveriam adormecer nas tuas.

 

Sei também que amanhã juntarei o meu passado

Ao presente e farei deles o meu dia

E não existirá quem me traduza.

Talvez um dia as tuas mãos possam procurar

As minhas e, quem sabe,

Finalmente adormecerem juntas a espera do futuro...