Amanhã - A Senhora da Incerteza
Amanhã, a senhora da incerteza,
Anuncia diariamente
Um novo fim do mundo.
Diante dela, mesmo com infortúnios,
Juro empregar fogo, carvão e fósforos
Para queimar caminhos preestabelecidos
E valores que aprisionam as estradas.
Aos berros e em centenas de movimentos,
Desejo forjar novas conexões,
Construir, com meu próprio suor, abrigos inéditos.
E caso o impiedoso amanhã derrube
O ânimo e as vigas da minha vida,
Aprofundarei minhas ações,
Transbordarei além das possibilidades.
No meio do caos, do imprevisível furacão,
Emerge um grito em busca de escolhas genuínas.
Enfrentando a crua realidade,
A incerteza do porvir e o peso do presente,
A coragem de conquistar o terreno e rastejar
Mesmo sob as amarras das circunstâncias,
Em busca da liberdade no labirinto entrelaçado
Entre o passado e o que está por vir.
E de noite, só,
Entrelaço-me com a angústia
Diante do tempo, dos intempéries
Percorridos no relógio.
Faço barulhos em silêncio
Enquanto busco informações
De quem é importante a mim...
E nada obtenho de novidades.
Na teia de absurdos, no labirinto,
Semanas destiladas em frustrações.
E se corre o tempo todo em busca de algo.
Eu tento viver da melhor forma que posso
E invento uma saída diante das grades das
Situações e do chorume imposto pelo fardo do amanhã.