REBENTOS

Carece em mim uma torpe procura,

Que rasteja, que flutua, que fenece.

Uma consciente meiga loucura

Que meus fundamentos, estremece.

Sou abduzido pela repatriação,

Como em fruída catarse

Circulando nas veias da solidão,

Compadecendo nova ávida fase.

Predicados para o incontido,

Numa línguagem simbólica de desejos.

Trôpego caminhar garrido

Calando bocas com beijos.

Cresce em mim uma parca ternura,

Que permeia, que vinga, que floresce.

Uma pertinente própria formosura

Que meus vivos rebentos, fortalece.

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 17/10/2023
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