Pater
Teus olhos baixos
E movimentos frios
De passos a tatear
Sobre o chão descalço
Neve branca pesa sobre a cabeça
Já falta espaço para velas
O frágil e calejado corpo
folheado pelo tempo
A presença calada, o acompanha
Uma batalha contra o corpo exitante
Sua mente de memórias
deslumbradas e felizes, cativam.
O sorriso raro
E as lágrimas tropecantes.
Ali esta um homem que já perdeu
E não temer prantear
Na sua rede ele balança
Alienista de um filme temporal
Esperando algo, esperando alguém
Que o resgate do marasmo espectral
O sofrimento dele
Não é menor que o meu,
nem maior também
Mas é suficiente pra me ferir
Se me for possível, ou impossível
o poderei salvar?
O que resta ?
Daquele que me ensinou o amar.