Pater

Teus olhos baixos

E movimentos frios

De passos a tatear

Sobre o chão descalço

Neve branca pesa sobre a cabeça

Já falta espaço para velas

O frágil e calejado corpo

folheado pelo tempo

A presença calada, o acompanha

Uma batalha contra o corpo exitante

Sua mente de memórias

deslumbradas e felizes, cativam.

O sorriso raro

E as lágrimas tropecantes.

Ali esta um homem que já perdeu

E não temer prantear

Na sua rede ele balança

Alienista de um filme temporal

Esperando algo, esperando alguém

Que o resgate do marasmo espectral

O sofrimento dele

Não é menor que o meu,

nem maior também

Mas é suficiente pra me ferir

Se me for possível, ou impossível

o poderei salvar?

O que resta ?

Daquele que me ensinou o amar.

Paulo Alcides
Enviado por Paulo Alcides em 17/10/2023
Reeditado em 17/10/2023
Código do texto: T7910429
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