um rio seco cravado em meu peito

um rio seco invade o meu peito

e faz morada como deserto tórrido

úmido de tristeza

um riacho de dor me inunda e transborda tristezas

um oceano seco me mutila a morada da alma que insiste habitar em mim

um silêncio rubro,

um pântano em silêncio deságua em

mim seus chorumes

uma enxurrada arredia destila em mim seus pedregulhos mais fedentinos

desbotado e encardido em nódoas

sublinho meus dias atônitos

e sombrios

e o raiar do dia teima em chegar

mas um rio seco cravado em meu peito em silêncio descortina a amargura dos meus instantes

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 16/10/2023
Reeditado em 16/10/2023
Código do texto: T7910025
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