um rio seco cravado em meu peito
um rio seco invade o meu peito
e faz morada como deserto tórrido
úmido de tristeza
um riacho de dor me inunda e transborda tristezas
um oceano seco me mutila a morada da alma que insiste habitar em mim
um silêncio rubro,
um pântano em silêncio deságua em
mim seus chorumes
uma enxurrada arredia destila em mim seus pedregulhos mais fedentinos
desbotado e encardido em nódoas
sublinho meus dias atônitos
e sombrios
e o raiar do dia teima em chegar
mas um rio seco cravado em meu peito em silêncio descortina a amargura dos meus instantes