Um poema incidental
Eu vi as aveias abertas
Da América Latina na estante da livraria
No jardim suspenso
da Babilônia encrustada
Na colina de um ricaço qualquer
Vi a suculenta e farta mesa de pães e vinhos caros
Na esquina da esquina da casa de Lourdinha
Um bêbado dorme sob papelão e saco plástico
Estranha sensação
Lourdinha não sai de casa, gosta da vida reclusa
Estranha sensação
No cinzeiro várias bitucas de cigarros baratos
Copos sobre a mesa
Nada dizem
A noite caiu e todos foram dormir
Ao som de um blues
Sem chance de sucesso