PLATONISMO

Eu me descompasso

Na mais virtual das ilusões:

O amor platônico em suas raízes.

É o amor intrínseco,

Frenesi de mim mesmo

Que se capitula perante

A intangibilidade dos sonhos!

Imaginar diante do impossível

É remoer uma esperança incauta

No inóspito deserto da consciência.

Navega-se numa areia movediça

E, vez por outra, respira-se o odor

Que destrói fantasmagóricas imagens

De um surreal esplendor mefítico!

Padece-se uma constância semiárida

Num solo em que o húmus apodrece

E vive-se o dar sem receber

O troco do rejuvenescimento semiótico.

Utopia que sacaneia o brio sentimental,

Levando, pouco a pouco, à síndrome letal

O ser que agoniza na imensidão do infortúnio!

DE IVAN DE OLIVEIRA MELO

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 15/10/2023
Código do texto: T7909519
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.