Passo apressado
Passo apressado
Ligeiro
Como que a fugir de um passado
Que a persegue
A ele nada lhe deve
Está feliz e leve
Só viveu
Em Primavera
Numa bela quimera
Que não floresceu
Foram sonhos coloridos
Doces e floridos
De uma bela fragrância
Arrastados com o tempo
Ao sabor do vento
Deixando um rasto
De elegância
Foi vestindo outras cores
Com a sua serenidade
O laranja, o marrom
De uma nova estação
Que estava a chegar
Enfeitou o cabelo
Com folhas e eras
Outonais
Perdeu as cores
Estivais
Sempre novos amores
Num reino encantado
Em que era a princesa
Numa ingénua realeza
Que não vinha mais
Segue em frente
O passado não lhe é indiferente
Por vezes olha para trás
Por momentos fica paralisada
Muda e calada
Com uma saudade
Cai na realidade
Ensombrada
Mas rapidamente
Os seus olhos
Viram para nascente
Para um novo acordar
Com o sol a nascer
Uma mão de fada
Outra guerreira
Que só quer amar e ser amada
Viver, viver
Uma força da natureza
Com todo o seu esplendor
E beleza!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal