Toc toc
O toc toc dos passos
Na penumbra são ecos
Que soam incertos ao tocar
O piso daquele andar.
Sinto-me ilha
Cercada de olhos por todos os lados.
Não ouso encarar os vultos
Fitando-me intensamente.
Têm a frieza do aço.
Medo, pavor, arrepios...
Penso em correr, fugir,
Mas pra onde quer que eu vá
Me vigiando estão;
Então eu crio coragem
E encaro a miragem
Fruto da imaginação:
Não mais que os faróis dos carros
Na coletiva garagem.