SOB OS MÍSSEIS DE DOR

Jaz a Paz.

Sob a noite iluminada de medo

A terra árida treme.

Riscos de luzes

Como giz num quadro escuro

Desenham todo o destino

prometido

A riscar e gritar

A perpétua insanidade do Homem .

Um míssil é lançado

Cego de propósito

Ao mesmo tempo que uma pomba

Decola assustada, sem rumo .

As pombas, inocentes, nada sabem...

Apenas batem asas por instinto

De não mais ficar.

Já a Humanidade

Permanece refém da própria insanidade.

As folhas duma árvore inerte e distante

Balançam atônitas...

Sob a força cinética

Da destruição que não cessa.

Igualmente ao chão árido e mudo

Apático

Tinto daquilo que já não mais corre

Nas veias da razão.

Há lugares

Onde até as pedras sangram...