Paragens da Alma

Se na paz também há movimento,

se mesmo o movimento

é possível ver através da cortina (in)translúcida...

consigo entender a confusão,

as angústias das perguntas,

os sentimentos que não calam...

os pensamentos que não param...

também compreender

porque sigo inventando asas,

areias sem naufrágios,

voos sem quedas e calos na alma –

de tanto sonhar...

E que mal há se nem sempre sei

o plumar de minhas pétalas,

o andar de meu espírito

sempre em augustas buscas e suas descobertas?

O vento também não sabe de suas paragens,

mas segue sempre em frente,

sempre em busca de novas paisagens

para o serenar de suas brisas...