Galenas da Alma

Quando estou pra baixo, cansada até de mim,

afogada em minhas próprias enchentes interiores...

quando vivo em anonia de vida,

me perdendo das galenas da alma,

(des)sintonizando-se até de mim...

é porque me falta aquele olhar de profundidades,

aquele toque de cumplicidade com a vida

e o que nela pulula...

Talvez seja por isso

que ando golpeando versos (in)lúcidos,

tecendo serenatas tristes e melancólicas...

o olhar perdido ao vento,

sempre procurando um porto,

um cais, uma ilha pra aportar...

aprisionada em cada palavra que não disse...

o silêncio que, declaro, há milênios

deve agora - pra sempre - começar...