NÃO QUERO LER TEUS POEMAS
 
Não mais me dês teus poemas.
Não quero lê-los à noite
à luz das estrelas vadias,
sequer quero lê-los de dia
ao sol claro e sedutor,
pois a dor, secreta amiga,
se faz presente depressa,
e vem renovar a promessa
de seguir-me aonde eu for.

Os teus poemas me falam
de um amor que ultrapassa
as fronteiras conhecidas
que derruba preconceitos,
que faz valer seus direitos,
que liberta, que dá vida.

O meu amor, reconheço,
não me liberta, me prende.
Faz-me mulher humilhada,
faz de mim uma criada,
a mendigar, submissa,
um aceno bem pequeno,
arremedo de carícias.

É por isso que te digo:
não quero ler teus poemas,
os teus poemas de amor
repletos de sentimento.
Exarcerbam o sofrimento,
aumentam mais minha dor.

 

 

 

 

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Categoria – #MEMORIAL Recantista#