O PECADO
I
Ele está entre de nós...
E ele é... a Antipatia.
Que é ferida que
não fecha e é guiada
ATÉ pelo vento…
e que na morte anda
sempre rente, dando
presentes.
Três passos pra trás;
Seis passos pra frente.
O Pecado… é o absurdo.
E já se sabe
que mora ao lado.
II
Ao lado do meu túmulo…
Está de pé um “Zé Qualquer”
cantarolando um Sambinha
e jogando cantadas também
nas moças
do dia e da noite.
que pra dizer
bem verdade
mudam de rostos
mal sei quem são...!
Não sei de onde
vieram e pra onde
nesta “pós-festa” irão.
Estas meretrizes
choram e beijam
meus frios Pés...
Enquanto padres
e pastores dizem
coisas vans...
pois na vida
sempre existirá
alguém querendo
estragar...
uma festa quente
como no inferno.
III
Aqui, onde não mais
quererei transgredir...
onde não há mais feridas
e nem festança
e refestanças…
Eis o meu lugar
de redenção...
junto com a Morte
como amiga íntima.
Porque Perdão não é pra mim
vou voltar pra Bahia, um dia…
novinho em folha...
Deste triste fim que
na verdade será só
um outro começo.
E neste útero
o qual padeço…
"eu vim da Bahia
mas algum dia...
eu volto pra lá..."
Voltarei a Bahia
pra pecar outra vez
… me conheço!
IV
Não me culpem
por ter pecado, e matado
meus amigos, minhas
amantes, meus parentes....
E comido meus filhotes
vivos, enquanto pisoteava
as mudas dos meus jardins.
É apenas defesa de quem
viu Satanás em cada coração
mentiroso; nos beijos de cada
mulher; abraços de cada
... irmão.
Em cada amigo do peito
em cada terra e cerâmica
cada azulejo, pedra, asfalto,
alpercata, chinelo e chão.
V
O Pecado invadiu a cidade.
E Deus já se escondeu
à francesinha saiu
e pelas tabelas tangentes
em 7 dias dormiu...
Levando consigo
assassinos, ladrões
malucos e putas.
O Pecado invadiu a cidades.
sem volta, sem
resistências, sem luta...
e pra sempre.
Ele está entre nós...
E ele é... A antipatia.
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(Fernando Café /
Pseudônimo de H.B – agosto de 2018)