O Tempo
Uma fina camada separa o tempo
O tempo de dentro
O tempo de fora
Descompasso
Um anda devagar, contemplativo
O outro acelera, atropela
O relógio interno pede calma
O externo rouba a alma
Viver dentro requer serenidade
Viver fora exige celeridade
Desafio de viver
Os ponteiros dos relógios são assíncronos
Enquanto um preenche a vida
No outro ela se esvai
Como os grãos de areia que escorrem na ampulheta
Nos alertando que a vida passa
E que talvez não haja tempo de vivê-la