SONHO PEREGRINO
Saio andando pelas ruas,
pés desnudos, impaciente,
procurando qual demente
doce sonho peregrino,
que eu tive inda menino,
e perdeu-se solitário
como as contas do rosário
que um dia dedilhei.
Pobre sonho peregrino,
foi bem triste o teu destino.
Inda jovem te perdeste
sem um dono, em abandono,
sem ningém a olhar por ti,
na escuridão desmedida
dos labirintos da vida,
como eu, também, me perdi.
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Categoria – #MEMORIAL Recantista#