A Construção das Diferenças

Você se aproximou e em palavras suaves, inquisitivas

Suplicou que não a ame por uma simples admiração

Pediu que apenas a amasse, sem dar explicação.

Falou que o tempo é o senhor do nosso coração!

Quis sugerir que a beleza é efêmera, morre!

Da forte ingratidão do tempo que tudo vence

Em resposta invoquei o poder de seus encantos

Do comando que possui sobre meus sentimentos.

Vejo, constato, proclamo... o meu conforto

Que para te amar é fácil...difícil é ser amado

Por aquilo que sou...pelos meus defeitos.

Será que encontraremos algum jeito?!

Ou serão meros, simples preconceitos?

Pressinto que ao vencer estas barreiras

Diminuiremos as diferenças, ausências...

Que só se consegue no diálogo, na presença.

O amor nos prega peças, não pede...se instala!

Ai de nós ao não abrir a porta... ele vai embora.

Nos deixando no lamento, no puro sofrimento.

E o bem bom desta história, cabe num conto

O ruim é a saudade do amor que se foi

É porisso que digo e afirmo... que é fácil...

Amar-te agora, sempre e tanto, neste momento!

Tentar vencer o duelo da razão com os sentimentos

No amor... tantas são as nossas semelhanças,

Como as diferenças que se juntam e se separam

Em curtíssimas, milionésimas frações de instantes

Há que se ter o poder de reter o que nos une.

E separar com requintada paciência e sabedoria

Tudo àquilo que possa vir a separar o nosso amor.

Para tanto é preciso generosidade e despreendimento.

Olhando a outra parte como nosso complemento.

Assim, serenos... teremos levantado os alicerces

Edificando a necessária união das nossas diferenças

Levantando... tijolo a tijolo...lapidados, cimentados...

Amalgamados e revestidos da mais nobre essência.

Nessa casa bem construída, a dor não vencerá o amor.

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 24/12/2007
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