SOU
Sou um curto espaço na existência,
Sou uma mensagem no tempo,
Embora sem tempo para palavras insanas,
Flama, que arde no peito.
Gravidade reversa, avessa,
Que versa com o inverso do verso,
Que sem saber ser, exige o que não pode ter.
Do olhar resplandecente ao sol,
Fiz-me buraco negro,
Lua sem mel,
Astro sem véu.
Na busca in(finita) de mim,
Tornei-me arranha-céu.
Obtuso, vesti-me de d(eus),
Na carência imponente
De ser astro ascendente.
Inocente de mim!
A gravidade não senti,
Desvairado vaguei,
Até que sem sinal, me encontrei.
Tarde demais,
Ligação rompida,
A conexão caiu.
Agora, ouço apenas sete palmos,
De silêncio initerrupto.
Pobre irrelevante fui,
Pateticamente dotado de orgulho,
Avareza e luxúria.
Agora, em epitáfio lírico,
Descrito, em verbo inconstante,
Um vago divagar, distante.
O tudo ser,
Não passa de mera ilusão,
Um mundo abstrato
Consumido pela insatisfação.