PROFUSÃO

PROFUSÃO

Esvaziam-se os centros

Fecham-se lojas

Profusão de placas

Vende-se

Aluga-se

Sonhos que viraram

Pesadelos

Moradores de ruas vazias

Em marquises duras

De concreto aparente

Que aparenta morte

De vida vazia

Instalam-se

Poucos passam

A poucos destinos

Quem sabe desatinos

De portas abertas

A assaltos e riscos

De serem riscados

Do mapa sem fronteiras

E frontes cabisbaixas

Pela droga da impotência

Ou pela impotência

Que leva a droga

E aluga-se a vida

E vende-se a morte

No débito

No crédito

No PIX

No boleto

Sem sair de casa

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 06/10/2023
Código do texto: T7902406
Classificação de conteúdo: seguro