EU

Eu, multidão de mim

Em corpo enganador

Eu, mar que não tem fim

Agitado pelo amor

Eu, que não me caibo de felicidade

E vivo nesse plano a sonhar

Eu, misto de loucura e impiedade

Preso e liberto pelo amar

Eu, universo em expansão

Encolhendo a cada giro do ponteiro

Eu, solo em processo de desertificação

E fértil como margens de um ribeiro

Quem me livrará do corpo desta morte?

Quem me dirá o rumo do meu norte?

A vida, esse trem viajante no escuro

A vida, barco em busca de porto seguro

Luiz Fraga
Enviado por Luiz Fraga em 06/10/2023
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