EU
Eu, multidão de mim
Em corpo enganador
Eu, mar que não tem fim
Agitado pelo amor
Eu, que não me caibo de felicidade
E vivo nesse plano a sonhar
Eu, misto de loucura e impiedade
Preso e liberto pelo amar
Eu, universo em expansão
Encolhendo a cada giro do ponteiro
Eu, solo em processo de desertificação
E fértil como margens de um ribeiro
Quem me livrará do corpo desta morte?
Quem me dirá o rumo do meu norte?
A vida, esse trem viajante no escuro
A vida, barco em busca de porto seguro