CODINOME AUSÊNCIA
CODINOME AUSÊNCIA
Melhor não existir
do que existir na ausência,
porque todo afeto me afeta
e sua falta também.
Esta é a maldição do poeta:
condensar todos os vazios do mundo
na sua ignorância, autossabotagem.
Eu, que já não vejo sol nesta cidade,
tento cumprir minha mocidade,
mas meu estigma de velho homem
me persegue, mais que minha própria
sombra.
Almejei tanto minha liberdade
e, hoje, por vezes, ela me atordoa.
Não sou livre, então...
Sou refém dessa solidão.
Escravo da angústia,
mas, heroico neste eterno retorno
de vida.