TRIBUTO À ALBA VALERIA
Meu nome é Alba Valéria
Poetisa das mil cores
Com apelidos de pilhéria
Sigo entre risos e flores
Sou chamada velha louca
Com meu kit de cachaça
Recebo de Deus as graças
Sorriso eterno na boca.
Cachaceira é minha fama
Mãe Alba, orelha de pelo
São dois de meus apelidos
Que eu nunca interpelo
Porque os acho divertidos
E foi do Brasil a vitória
Esquerdista sou com glória
Dou risada dos caídos.
Professora aposentada
Tenho amor na educação,
Gosto muito de ensinar
Essa é minha vocação
E nas rodas de conversa
Sem desrespeitar ninguém,
Falo muito de política
Onde tenho um dom também.
Sou esquerdista convicta
E disso eu não abro mão
Acusada de egoísta
Sigo regando meu chão
A convicção me guia
Nas lutas do dia a dia
Eu respeito o direitista
Porque eu sou vanguardista
Sempre buscando harmonia.
Nas diferenças políticas
Primo pela união,
Promovo os meus debates
Evitando discussão
E nas rimas do cordel
Esbanjo meu bom humor
Com meus versos instigantes
Vou mostrando meu valor.
E nas noites estreladas
Minha pena dança a valer,
Porque sou a poetisa
A compor e a renascer
E com meu copo de cerveja
Encontro inspirações
E nos meus versos escritos
Vou despertando paixões.
Com os meus SESSENTA anos
Curto a vida bem vivida
Sorrio driblando os danos
Tenho uma alma atrevida
Domino letras e arte
Do meu país faço parte
Com meu jeito afetuoso
E meu olhar amoroso
Minha alegria reparto
Chamada de orelha de pelo
Ouvindo histórias a esmo
Gosto desses apelidos
E de cerveja com torresmo
E esses tais apelidos
Criados por desvalidos
Que por serem desconhecidos
Querem ter a sua fama
Nadando em um mar de lama
Pobres de espírito, caídos
Ser poeta é um tesouro
Minha inteligência é ouro
Me sinto uma luz brilhante
Minha presença é gigante
Ao enfrentar um debate
Domino também essa arte
Minha firmeza é um baluarte
Posso ser a oitava arte.
Que os versos deste cordel
Alegre ecoem no ar,
Homenageando a todos
Com doçura no falar
No entorno sou poetisa
Da alegria e emoção
E defendo meu país
Com eterna gratidão