PASSAM OS DIAS
PASSAM OS DIAS
Passam os dias
Vivo é o passado
Tempos de ode ao antigo
Aos velhos amigos
A maioria idos
Mas sempre presentes
Neste presente de ausentes
Nos quintais de flores e frutos
De aromas e gostos absolutos
Olhar o firmamento
E poder ver estrelas
Hoje apagadas pelas luzes
De postes em claridade
Pisar o chão nu
Sentir no pé
Afundando na terra
Sem asfalto
O úmido solo
Sem sobressalto
Nas ruas de conversas
De cadeiras na porta
Sem medo de gente
Um passeio pela redondeza
Olás a todo instante
Luzes amareladas e mortiças
Em casas cheias de vida
Cheiros de comida
Cafés e pães com manteiga
Conversas a perder tempo
Preciosas como o quê
Abrigo contra ventos
Chuvas frios e calores
Em tempos certos
Nada do hoje incertos
Os boas noites de sono chegando
O fechar a porta sem chaves
O dormir como anjo
Agradecendo o dia
Sem nenhum arranjo
Apenas simplicidade
E a vontade de tudo de novo
Sem a estranheza do novo
Nesta minha idade
Nestas novas cidades