Na palma das mãos
Na palma das mãos
As minhas mãos de quebrada porcelana
Brancas em nuvens de ilusão insana
São um céu onde cada uma pousa cansada
Num mapa de uma noite estrelaa
Nada vejo de tão inquietas na procura
Perdidas em ti em rota dos astros escura
Tocam a tua pele com polpa dos dedos
Como se toca a lua de mistérios e segredos
São mãos de estrada longa cinzelada
Linhas azuis de sina cruzada
Esguias com janelas de olhos curiosos
Gélidas como mármores silenciosos
Ai, meu amor que as minhas mãos nunca te tocaram
Mas de todas foram as que mais te amaram!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal