DO QUANTO DUM TEMPO QUÂNTICO...
Hoje,
Senti que o tempo dobrou a si mesmo.
Retorceu-se no amorfo do que não é.
Alargou-se para um espaço desconhecido
Contraiu a si... em si mesmo.
Lá longe...vi uma dobradura de vida
Quase em origami indecifrável.
Um dia que seria mais um na imensidão
Infinita do que sempre só parece ser.
Do que parecia tão claramente ser.
Mas não foi.
Já não era mais.
Então...
Ela se foi para o além
Na resignação dos anjos que voam.
Me disse nada, no tudo do não conseguir mais.
Mas acreditou no mecanismo dos quantos.
Sentiu...quanto.
Todo o quanto de não saber
O quanto de não poder
O quanto de não se ser.
O quanto do querer
Do sofrer
Do bem querer...ou não.
O quanto de não entender
Do crer...
E ceder.
Cerrou os olhos e voou.
Quase ínfima poeira cósmica
A tocar as luzes do firmamento,
E dentre os tantos quantos da vida ida,
Sentida
Rogou a Deus um encontro.
Vida quântica...sempre de tão pouco ser quantificado.
Onde tudo tem o mesmo tamanho imponderável
Do nada.
No mistério quântico...
Só os adeuses se agigantam
Sem explicações...
Sem reais intenções
E sem remorsos.